Justiça avalia compra de votos em Maués

Ação deve começar nesta quarta-feira e pode resultar na cassação do atual prefeito do município Pe. Carlos Goés (PT).
Processo julga ocorrido nas últimas eleições. Folhapress/arquivo
Nesta quarta-feira, 26, o juiz da 5ª Zona Eleitoral, que abrange o município de Maués (a 257 quilômetros de Manaus), Jean Pimentel, começará a ouvir testemunhas e avaliar provas na Ação de Investigação Judicial que apura denúncias de compra de votos nas eleições municipais de 2012.

O processo de número 66394 foi instaurado em junho do ano passado, e pode resultar na cassação do atual prefeito de Maués, Pe. Carlos Góes (PT). Ele teria dado um fogão a uma eleitora, em troca da promessa de voto.

Nos autos do processo, consta o depoimento prestado na delegacia de Maués, em que a agricultora Rosana Coelho de Oliveira admite ter recebido do então candidato Carlos Góes um fogão em troca do seu voto.

A nota fiscal, no valor do R$ 396, está anexada nos autos e o fogão de quatro bocas da marca Esmaltec foi apreendido. O fato ocorreu no dia 12 de setembro de 2012, na reta final da campanha eleitoral que culminou com a vitória de Góes.

Segundo termo de declaração lavrado no 48º Distrito Policial, em Maués, o caso começou em 20 de agosto de 2012, quando o então candidato Carlos Góes visitou a comunidade N. Sra. das Dores, onde Rosana de Oliveira mora. Lá, a agricultora teria lhe pedido um fogão e recebeu de Góes a promessa de que lhe ajudaria.

Rosana procurou o candidato na sede do município, no dia 10 de setembro, na loja Jamile, onde ele atendia o público. De lá, saiu acompanhada por Ruth Ana Goes, irmã de Carlos Goes, e atual secretaria de Assistência Social de Maués. Foram à loja Magaldi, onde Ruth comprou um fogão para Rosana, pagando os R$ 396 à vista.

Quando levava o presente para sua casa, a beneficiada foi abordada pela polícia e foi parar na delegacia, onde contou toda a história, o que foi devidamente registrado em termo de declaração. A eleitora e os policiais que tomaram seu depoimento estão entre as testemunhas que serão ouvidas pelo juiz a partir de quarta-feira.

O petista corre o risco de ser o terceiro prefeito cassado no Amazonas por compra de votos no pleito de 2012. Em Lábrea, Evaldo de Souza Gomes (PMDB) comprava votos por R$ 150; em Pauini, Maria Barroso da Costa (PMDB) foi condenada por trocar tábuas e telhas de alumínio por votos. Considerando-se que esses casos não foram tão bem documentados quanto a compra do fogão em Maués, a ameaça ao posto de Carlos Góes é bastante concreta.

Fonte: Band.com