Cultivo de mel no interior tem incremento de 52%

A projeção é de alcançar este ano entre 4,5 a 5,5 toneladas do produto – Foto: Ione Moreno

Com manejo inspirado em técnicas implantadas com sucesso na Argentina, a produção de mel no Baixo Amazonas cresceu 52% em oito anos. Em 2004, os criadores de abelhas produziam 2,5 toneladas, enquanto que, em 2012, este valor ‘saltou’ para 3,8 toneladas por ano.

Os dados foram divulgados pela Cooperativa dos Criadores de Abelhas Indígenas da Amazônia (Coopmel), em Boa Vista do Ramos. A entidade projeta alcançar este ano entre 4,5 a 5,5 toneladas de produção cooperada e até 8,5 toneladas com a parceria de outros municípios produtores.

O sucesso da produção lançou novas perspectivas para a meliponicultura (criação de abelhas indígenas sem ferrão) em todo o Estado. Reunindo 59 famílias sócias cooperadas em Boa Vista do Ramos, a Coopmel estuda somar sua produção a de 48 núcleos fornecedores nos municípios de Barreirinha, Maués, Parintins, Nhamundá, Urucará e São Sebastião do Uatumã.

A cooperativa investiu em torno de R$ 435 mil na reforma do seu entreposto de acordo com as normas do Serviço de Inspeção Federal (SIF), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e para onde deverá fluir mais de 80% da produção melípona do Baixo Amazonas.

Construído na sede do município, o local deverá ser entregue em meados de junho, em tempo hábil para receber as primeiras levas da safra deste ano, que acontece a partir de agosto e segue até dezembro.

Segundo o presidente da Coopmel, Jair Arruda, a região oferece boas condições ecológicas e clima muito favorável para a implementação de projetos com as abelhas sem ferrão, o que pode atrair novos empreendedores e incentivar a produção familiar.

“Além da questão de sustentabilidade, a meliponicultura é economicamente viável no Amazonas, pois o mel é diferenciado e tem mercado garantido em Manaus, além de ser socialmente justo para as populações das regiões produtoras que por tradição e vocação já criam estas abelhas”, explica.
Técnica reduz custo da produção 
O engenheiro agrônomo Luan Ali Matos afirma que a técnica argentina de produção melípona implantada no Baixo Amazonas tem ajudado a fortalecer com baixo custo a cadeia produtiva e sustentável das abelhas sem ferrão.

“Hoje, a meliponicultura representa uma alternativa de renda para as populações do município. Estamos expandindo essa mesma técnica para Maués”, explicou.

De acordo com os dados do Mapa, apesar de São Paulo liderar as exportações de mel, seguido pelo Rio Grande do Sul, os Estados do Norte e Nordeste lideraram o incremento (2002/2011) da produção. O Amazonas apresentou um crescimento de 9.000%.

Fonte: Em Tempo