Maués rejeita criação de unidade de conservação

O Município de Maués rechaçou a proposta de construção de três hidrelétricas e encaminhou justificativa ao Governo Federal.

PARINTINS, AM - A proposta do Governo Federal de construir três hidrelétricas no rio Tapajós, no Pará, com a justificativa de que caberá ao Amazonas a responsabilidade de criar uma Estação Ecológica, de Unidade de Conservação de Proteção Integral, em Maués (a 267 quilômetros de Manaus), como meio de compensação aos danos ambientais, não agradou os participantes do 3° Fórum Permanente de Secretários Municipais do Meio Ambiente do Estado, realizado na quarta-feira, 10, e ontem, 11, na terra do Guaraná.

O Município de Maués rechaçou a proposta e encaminhou justificativa ao Governo Federal. A União detém 69,91 % das terras do município e o Estado 26,82%. Sobra para o município 3,27% da área territorial que é de 39.989.873 km2. “Se transformarem em Estação Ecológica, Maués ficará engessada. Não iremos permitir. Maués e o Estado já estão fazendo a sua parte com unidades de conservação da floresta”, afirmou Sheila Antunes, secretária do Meio Ambiente de Maués.

O projeto visa a construção das Hidrelétricas de São Luiz do Tapajós, Jatobá e Chacorão, localizadas no rio Tapajós com previsão de geração de energia de 3.336 MW. “Se as hidrelétricas serão construídas no Pará, o próprio Estado deveria arcar com esta compensação”, completou Antunes.

Consulta pública é defendida
A Prefeitura de Maués irá propor uma audiência pública com o Instituto Chico Mendes e representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Segundo a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Ferreira, a criação deste tipo de unidade não prevê consulta pública.

 “Defendemos o processo participativo, apesar de a Lei estabelecer o contrário. Nosso maior interesse está na conservação com respeito e valorização das populações locais”, disse. No município está instalado hoje a Floresta de Maués com 300 mil hectares e a Floresta Nacional do Pau-Rosa com mais de 800 mil hectares, somando 1 milhão de hectares de áreas protegidas, todas da categoria de uso sustentável, com vocação para manejo florestal.

Fonte: Acrítica