Número de evangélicos aumenta 10% no Amazonas em uma década

O maior percentual de crescimento de evangélicos de 2000 para 2010 ocorreu em Boa Vista do Ramos com 263%.


O número de evangélicos no Amazonas registrou uma alta na última década, passando de 21% em 2000 para 31% dez anos depois, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE. No mesmo período, a parcela da população que se declarou católica no Estado sofreu uma queda, representando atualmente 59,5% dos amazonenses. Em 2000, eles eram 70,8% da população.

De acordo com os estudos anteriores, o IBGE nota que a proporção de católicos segue uma tendência de redução observada nas últimas duas décadas, mesmo sendo a maioria. Por outro lado, os evangélicos consolidaram a alta dos últimos anos.

Evangélicos em alta no interior
A presença dos evangélicos nos municípios amazonenses vem ganhando destaque e avançando de Censo para Censo. O munícipio com a maior representatividade de evangélicos no Estado é Santo Antônio do Içá com 45%. E o que tem menor proporção é Santa Isabel do Rio Negro com 8,6%. O maior percentual de crescimento de evangélicos de 2000 para 2010 ocorreu em Boa Vista do Ramos com 263%. E a maior queda foi em Japurá -47%.

Os resultados do Censo 2010 demonstram os evangélicos em três grandes grupos: evangélicos de missão; evangélicos de origem pentecostal e evangélica não determinada. Os evangélicos de missão tiveram um crescimento percentual de 23,9% de 2000 para 2010. Já os evangélicos de origem pentecostal cresceram 89%. E a evangélica não determinada foi a que obteve maior crescimento no período (1.119%).

Entre os evangélicos de missão, a Igreja Evangélica Batista é a que possui mais membros no Estado com 109.000 adeptos. No entanto, foi obteve menor crescimento percentual do penúltimo para o ultimo Censo (3,5%). Neste grupo, os luteranos e os metodistas saíram-se melhor com 1.010% e 127% de crescimento respectivamente.

No grupo dos evangélicos de origem pentecostal, àqueles que se identificaram como Evangélicos de origem pentecostal Igreja Maranata, foram os que mais cresceram percentualmente (250%). Neste grupo está a Assembleia de Deus, que com seus 407.000 membros formam a maior igreja evangélica do Amazonas, embora os resultados censitários não considerem as subdivisões administrativas e doutrinárias existentes nesta igreja. A Assembleia cresceu 64% de 2000 para 2010. Também neste grupo, merece destaque a Igreja o Brasil Para Cristo com 160% de crescimento respectivamente. Merece destaque a evolução das outras igrejas da corrente pentecostal com seus 178.000 membros em 2010.

Considerando o período de 2000 a 2010, observou-se, ainda, o aumento expressivo do segmento da população que apenas respondeu ser evangélica, não se declarando, portanto, como de missão ou de origem pentecostal. Confirmou-se a tendência de crescimento do segmento de evangélicos pentecostais. A parcela da população que se declarou evangélica de missão teve ligeiro aumento proporcional, caracterizando pequena variação para cima em sua participação relativa no total da população.

Católicos perdem espaço
Nos municípios amazonenses, a religião católica apostólica romana continua sendo a maioria. No entanto o avanço dos evangélicos é percebido através de comparativos com o Censo anterior (2000). Nhamundá é o município onde há maior prevalência de católicos no Estado com 88% da população. Por outro lado, em Atalaia do Norte somente 47% da população declararam ser fiéis à igreja romana. Entre o penúltimo e o ultimo Censo, o município onde houve maior crescimento percentual de adeptos do catolicismo foi Juruá com 56%, já a maior queda no intervalo foi em Jutaí (-35%).

Tanto os católicos quantos os evangélicos perderam adeptos para os praticantes das tradições indígenas. Principalmente naqueles municípios que tradicionalmente possuem habitantes dessa raça. Tanto que a evolução dos tais praticantes cresceu 1.111% de 2000 a 2010.

Também outro fator a se destacar é o crescimento daqueles que se identificaram como sem religião, que cresceram 39% ou 59.000 pessoas a mais, no mesmo período.

FONTE: G1