MP-AM fez inspeção durante 15 dias no município.
Manaus - O chefe do Centro de Apoio Operacional de  Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo), promotor Fábio Monteiro,  informou ontem que foram identificadas suspeitas de irregularidades no  programa Bolsa Família,  do governo federal, e na contratação e   pagamento de servidores no município de Boa Vista do Ramos (distante 270  quilômetros de Manaus) durante inspeção feita nas últimas duas semanas.
Segundo  o promotor, há 2 mil famílias cadastradas no Bolsa Família no  município, que representa  10 mil beneficiados diretos (considerando  famílias com cinco pessoas),  em uma cidade com menos de 16 mil  habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatística (IBGE). “Identificamos entre os contemplados, a filha de um  ex-prefeito e familiares de secretários da prefeitura, e ainda pessoas  que são cadastradas mas não recebem o benefício há mais de um ano”  afirmou.
Monteiro disse que, em depoimento,  a secretária de  Assistência Social e primeira-dama do município, Emanuelle Mota,   responsável pelo programa no município,  admitiu a falta de controle e  fiscalização dos dados apresentados pelos beneficiados. Segundo o  promotor, a partir de agora, será feito um levantamento para identificar  se o benefício não está sendo usado “com fins eleitoreiros”.
  
‘Fantasmas’
‘Fantasmas’
O  promotor identificou também pagamento a pessoas que constam da folha da  prefeitura, mas que não trabalham lá há meses. “Alguém está retendo  esse dinheiro” afirmou sem citar nomes. Ele explica que  o pagamento dos  servidores da prefeitura estava sendo feito em espécie direto na  secretaria. “Mesmo eles (funcionários) tendo contas no banco, o valor  era sacado na agência e pago na prefeitura. O funcionário assinava o  contra-cheque e pronto, sem controle algum” disse.
A comissão do  CAO-Crimo esteve no município desde o dia 24 de outubro, logo após o  afastamento do prefeito Elmir Lima (PSD) pela Câmara do Município, para  apurar denúncias na administração municipal. Monteiro disse ter contado  com contribuição do presidente  da Câmara, vereador Marlon Trindade  (PT), que assumiu interinamente a prefeitura.
Sobre as  irregularidades no Bolsa Família, Fábio Monteiro disse que vai avaliar  se cabe ao CAO-Crimo ou ao Ministério Público Federal (MPF) tomar  providências. Em relação ao pagamento de servidores, “se comprovada a  participação do prefeito,  o caso será encaminhado à Procuradoria Geral  de Justiça.
Fonte: D24am 
 
