No Amazonas, cinco municípios estão mais à frente dos demais, quando se trata de destinação adequada dos resíduos sólidos.
Maués - Tratamento adequado dos resíduos sólidos  ainda não é visto como prioridade por 70% dos municípios amazonenses.  Das 57 cidades do interior que possuem lixão a céu aberto, apenas sete  demonstram comprometimento em resolver o problema. As informações são da  Associação Amazonense dos Municípios (AAM) e fazem parte do Programa de  Apoio dos Planos de Saneamento Básico e de Gestão Resíduos Sólidos dos  Municípios do Amazonas (Plamsan).
No Amazonas, cinco municípios  estão mais à frente dos demais, quando se trata de destinação adequada  dos resíduos sólidos. Manaus  e Tefé mantém um aterro controlado, Maués e  Coari estão com seus aterros sanitários em fase final de conclusão e  Carauari está em situação mais confortável quando de trata de destinação  do lixo, sendo a única cidade do interior que possui um aterro  sanitário.
De acordo com a lei federal 12.305, até agosto de  2012, todos os municípios brasileiros devem apresentar um Plano  Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos e até agosto de 2014,  nenhum município brasileiro pode ter lixões a céu aberto. Os municípios  que não cumprirem os prazos não terão mais acesso aos recursos  federais.
“Acredito que haverá uma correria para cumprir os  prazos, o que não é o ideal. Temos apenas mais seis meses para que as  prefeituras cumpram o primeiro prazo. Acredito que os municípios  amazonenses irão precisar de mais recursos para cumprir os prazos  estabelecidos na legislação”, avaliou o diretor-presidente do Instituto  de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Antônio Stroski.
De  acordo com o coordenador-técnico do Plamsan, Adalberto Mendes, para que  os planos de gestão dos resíduos sólidos funcionem, é necessário a  participação da população. “A intenção de gerenciar os resíduos deve ser  amplamente divulgada e contar efetivamente com os moradores.
De  acordo com Mendes, um dos maiores entraves na formulação do plano de  gestão integrada dos resíduos sólidos são as alterações na equipe  técnicas. “Os gestores municipais devem compreender que se trata de um  trabalho que exige continuidade dos procedimentos”, explicou.
Entre  os municípios em que a instalação dos aterros está mais adiantada,  Maués é um dos se destacam. “Estaremos entregando o aterro sanitário em  45 dias, já temos 35% da população da cidade atendida por saneamento  básico. Temos avançado neste sentido e sei ainda que há muito o que  fazer”, avaliou o prefeito de Maués, Odivaldo Miguel de Oliveira.
De  acordo com a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento  Sustentável do Amazonas, Nádia Ferreira, alguns municípios já avaliam  forma de lidar com seus resíduos sólidos. “Temos o desafio de virar esta  página em nossa história, sair dos lixões para uma alternativa que  possa transformar o lixo em renda para as famílias ou em energia. Este  objetivo deve ser perseguido  pelos representantes municipais”, disse.
“Em  Tabatinga ainda temos um lixão em céu aberto e estamos trabalhando para  amenizar o problema. Temos  atuado principalmente na ação junto à  comunidade”, afirmou o secretário municipal de meio ambiente do  município, Kleidson Gomes.
Em agosto do ano passado foi aprovada a  lei 12.305, que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela  obrigou as prefeituras  criarem aterros sanitários seguros, com resíduos  que não podem ser reaproveitados e que impeça a atividade dos  catadores, além de diferenciar resíduo (lixo que pode ser reaproveitado)  de rejeito (aquele que não pode ser reciclado).
Fórum de secretários tenta solucionar o problema
Gestão  ambiental, remediação de lixões e cadastro ambiental rural foram os  principais temas discutidos no 3ª Fórum Permanente das Secretarias  Municipais de Meio Ambiente do Amazonas, que aconteceu na quarta e  quinta-feira em Maués, distante 257 quilômetros a leste de Manaus.
Trinta  secretários municipais de meio ambiente e dez representantes de cidades  amazonenses acompanharam as discussões e debateram problemas  ambientais.
Para a secretária de Estado do Meio Ambiente e  Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Nádia Ferreira, o fórum tem a  importância de oferecer troca de informações entre os secretários. “A  apresentação de programas que deram certo em outros municípios pode  incentivar outras cidades a se inspirarem e levar adiante projetos. Aqui  em Maués, temos, por exemplo, os agentes ambientais mirins, que  trabalham a consciência ambiental das crianças”, avaliou.
 “O  Fórum é uma forma de interação entre as secretarias, é importante porque  as necessidade ambientais do interior é diferente da capital, temos  outras prioridades. Entre as principais, a conscientização ambiental do  homem do interior que tem contato direto com a natureza e que precisa  saber como lidar com o meio em que ele vive sem causar danos  ambientais”, disse o prefeito de Maués, Odivaldo Miguel de Oliveira.
A  apresentação a respeito do Cadastro Ambiental Rural (CAR) tomou boa  parte do tempo no primeiro dia do evento. O CAR é obrigatório para  propriedades rurais que tenham interesse em adquirir financiamento dos  bancos oficiais.
O próximo Fórum será realizado em março de 2012 no município de Presidente Figueiredo, a 118 quilômetros ao norte da capital.
Fonte: D24am  
