Amazonas melhora indicadores sociais e econômicos, aponta ONU

Índice de Desenvolvimento cresceu 56% de 1991 a 2010. Apesar da melhora, dois municípios do Estado estão entre os piores do País: Itamarati e Atalaia do Norte.
Manaus - O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Amazonas apresentou um crescimento de 56,74%, entre 1991 e 2010, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. O Estado ocupa o 18º lugar no ranking nacional, saltando de 0,668 para 0,674, nos últimos 19 anos.
Em 2010, no comparativo com os 62 municípios amazonenses, Manaus ocupou o primeiro lugar em IDHM com o índice de 0,737, seguida de Parintins (0,658); Itapiranga (0,654); Presidente Figueiredo (0,647); Itacoatiara (0,644); Tefé (0,639) e Apuí (0,637).
O Amazonas, que está situado na faixa de Desenvolvimento Médio (de 0,600 a 0,699), também tem dois municípios entre os cinco piores IDHM do País: Itamarati (0.477) e Atalaia do Norte (0.450).
Com um incremento de 41,46%, o IDHM de Manaus apresentou crescimento significativo, saltando de 0,521 em 1991 para 0,737 em 2010. No Brasil, o crescimento foi de 47,46%. A capital amazonense ocupa a 850ª posição nos ranking dos 5.565 municípios brasileiros.
Incluso na faixa de Desenvolvimento Humano Alto, ou seja, com desenvolvimento compreendido entre 0,700 e 0,799, a capital no intervalo de 2000 a 2010, teve a Educação como o indicador que mais cresceu em termos absolutos, 48,53%, partindo de 0,443 para 0,658, um incremento de 0,215.
Em segundo lugar no ranking local, com o IDHM indo de 0,727 para 0,826, a Longevidade apresentou um crescimento de 13,6%. Cenário observado também entre 1991 e 2000, em que tanto Educação (114,33%) como Longevidade (21,29%) destacaram-se com os melhores desempenhos.
Levando em consideração o campo Educação, o Atlas mostra que, em 2010, 67,93% das pessoas com de 18 anos ou mais tinham Ensino Fundamental completo contra apenas 43,64% em 1991. O percentual de crianças de 5 a 6 anos de idade que frequentavam a escola também cresceu, partindo de 38,37, em 1991 para 85,57% em 2010.
Em 2010, 83,69% dos adolescentes na faixa etária de 11 a 13 anos frequentavam os anos finais do Ensino Fundamental, enquanto nos 19 anos anteriores somente 34,57% estavam nesta condição.
Dos jovens de 15 a 17 anos, em 2010, 51,23% eram apontados como tendo o Ensino Fundamental completo, contra apenas 17,28% em 1991. Mantendo a onda de crescimentos, 38,76% dos adultos com idade entre 18 a 20 anos, em 2010, possuíam Ensino Médio completo em contrapartida aos precários 12,49%, no período anterior.
Longevidade
No intervalo de 2000 a 2010, a taxa populacional de Manaus teve um crescimento anual de 2,51%. Já na década anterior, a taxa média de crescimento anual foi de 3,73%. No Amazonas, no mesmo período, estes índices foram de 1,02% e 1,03%, respectivamente.
Passando de 34,2 por mil nascidos vivos em 2000 para 14,2 por mil nascidos vivos em 2010, a mortalidade infantil em Manaus apresentou redução de 58%. De 1991 para 2010, a redução foi ainda maior, 67%, com 43,2 por mil nascidos vivos em 1991. Segundo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil para o Brasil deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015.
Em 2010, as taxas de mortalidade infantil do Amazonas e do País eram 17,0 e 16,7 por mil nascidos vivos, respectivamente.
Utilizada para compor a dimensão de Longevidade do IDHM, a esperança de vida ao nascer aumentou 8,7 anos, em Manaus nas últimas duas décadas, passando de 65,9 anos em 1991 para 68,6 anos em 2000, e para 74,5 anos em 2010. Neste último, a esperança de vida ao nascer, média para o Amazonas, era de 73,3 anos e, para o Brasil, de 73,9 anos.
Para o antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, apesar de verdadeiro o IDHM é apenas um recorte da realidade, uma vez que privilegia o método quantitativo e deixa espaço para a interpretação qualitativa. “É fato que expandiu-se a rede de ensino e rede de saúde municipal e estadual, mas por outro lado, devemos refletir que os dados não servem só para denunciar, mas para fomentar políticas públicas”, afirmou.
Ranking IDHM
1 º Manaus 0.737 

2 º Parintins 0.658 
3 º Itapiranga 0.654 
4 º Presidente Figueiredo 0.647
5 º Itacoatiara 0.644 
6 º Tefé 0.639 
7 º Apuí 0.637 
8 º Silves 0.632 
9 º Urucará 0.620 
10 º Tabatinga 0.616 
11 º Manacapuru 0.614 
12 º Iranduba 0.613 
13 º Rio Preto da Eva 0.611 
14 º São Gabriel da Cachoeira 0.609 
15 º Humaitá 0.605 
16 º Manaquiri 0.596 
17 º Anamã 0.594 
18 º Urucurituba 0.588 
19 º Boca do Acre 0.588 
20 º Maués 0.588 
21 º Nhamundá 0.586 
22 º Coari 0.586 
23 º Manicoré 0.582 
24 º Autazes 0.577 
25 º São Sebastião do Uatumã 0.577 
26 º Benjamin Constant 0.574 
27 º Barreirinha 0.574 
28 º Novo Airão 0.570 
29 º Caapiranga 0.569 
30 º Careiro da Várzea 0.568 
31 º Boa Vista do Ramos 0.565 
32 º Eirunepé 0.563 
33 º Codajás 0.563 
34 º Anori 0.561 
35 º Amaturá 0.560 
36 º Borba 0.560 
37 º Nova Olinda do Norte 0.558 
38 º Careiro 0.557 
39 º Novo Aripuanã 0.554 
40 º Carauari 0.549 
41 º Tonantins 0.548 
42 º Guajará 0.532 
43 º Lábrea 0.531 
44 º Canutama 0.530 
45 º Fonte Boa 0.530 
46 º Uarini 0.527 
47 º Alvarães 0.527 
48 º Juruá 0.522 
49 º Japurá 0.522 
50 º São Paulo de Olivença 0.521 
51 º Jutaí 0.516 
52 º Envira 0.509 
53 º Beruri 0.506 
54 º Tapauá 0.502 
55 º Barcelos 0.500 
56 º Maraã 0.498 
57 º Pauini 0.496 
58 º Santo Antônio do Içá 0.490 
59 º Ipixuna 0.481
60 º Santa Isabel do Rio Negro 0.479 
61 º Itamarati 0.477 
62 º Atalaia do Norte 0.450

FONTE:D24am