Irley Koide, o mais novo sacerdote

O diácono será ordenado presbítero dia 20 de dezembro em Maués
Nos próximos dias, a diocese de Parintins ganha mais um padre diocesano. Trata-se do diácono Irley Koide. A solenidade acontecerá na igreja Nossa Senhora da Conceição, em Maués, às 18h do dia 20 de dezembro. O futuro presbítero ser ordenado pela oração da Igreja e imposição das mãos de Dom Giuliano Frigeni.
 Irley é natural do município de Boa Vista do Ramos, mas, segundo ele, foi em Maués que a vocação brotou e se desenvolveu. Por isso, o motivo de escolher a terra do guaraná para a celebração da ordenação.
Após ordenado, dia 21, a primeira missa do neo sacerdote será celebrada na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, às 19h e 30min, em Maués.
Dia 28 de dezembro, padre Irley Koide celebrará missa em sua comunidade de origem, Nossa Senhora de Nazaré, Costa do Massaury – em Boa Vista do Ramos. Ainda nesse dia, às 19h e 30min na igreja matriz de Nossa Senhora Aparecida.
No dia 11 de janeiro será a vez do povo católico de Nhamundá celebrar com padre Irley. A missa será na igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, às 19h e 30min. 
Um pouco da história de Irley Koide 
Filho de Manoel Martins Vasconcelos (75) e Maria Yashika Martins Vasconcelos (65), Irley Koide é um dos dez filhos do casal. Ele nasceu em 22 de novembro de 1980, no interior do município de Boa Vista do Ramos – comunidade Nossa Senhora de Nazaré (AM). No ano de 1992 foi para a cidade de Maués (AM), onde a partir da 5ª série foi continuar os estudos nas escolas São Pedro e Maria das Graças Nogueira.
Após concluir o Ensino Médio, no fim de 2005, veio para Parintins fazer uma experiência vocacional. Durante três meses morou na residência de Dom Giuliano Frigeni.
Em 2006 foi enviado para Manaus (AM), onde fez o período do Propedêutico e no ano de 2007 foi para a cidade de Patos de Minas (MG), naquela diocese iniciou seus estudos no Seminário Maior Dom José André Coimbra, cujo seminário recebe seminaristas de Parintins desde o ano de 1996. Na diocese mineira, Irley Koide estudou Filosofia e Teologia. 
Iniciação cristã 
O diácono diz que os primeiros passos a vida cristã deve à mãe Maria Yashika Martins e Tia Maria Martins Vasconcelos (in memoriam). “Minha mãe sempre foi bastante ligada à igreja, ia sempre com a gente aos cultos dominicais e quando fui para Maués passei a morar com minha tia, a qual era muito ligada a igreja. Isso tudo me incentivou, sobretudo o tempo que morei com minha tia, inclusive senti muito a morte dela”, revela.
“Toda minha caminhada na igreja foi em Maués. Estudei a catequese, fiz a primeira Eucaristia, Crisma e fui coroinha. Participei da Pastoral da Juventude (PJ) e Pastoral Vocacional”, conta Irley. 
Chamado 
Irley conta que sentiu o chamado a vocação sacerdotal quando se preparava para a primeira eucaristia. “Quando via o padre Mario Pascoallotto (bispo auxiliar emérito de Manaus) celebrando eu sentia a vontade de ser padre um dia. Isso se repetia com frequência esse desejo”, conta.
Como a maioria dos jovens fazem, após a Crisma Irley deu uma sumida igreja, mas com o convite dos colegas do grupo de jovens Joac a chama se reacendeu. Daí entrei na Pastoral Vocacional. Conheci o padre Edson Ferreira – então, pároco de Maués – e a Ir. Hosana. Eles me incentivaram bastante, me deram muito apoio”, revela. 
(In) Decisão 
Apesar de sentir-se chamado à vida sacerdotal, duas vias surgiram a sua frente. “Eu trabalhava como agente de saúde comunitário (ACS), então prestei concurso da Susam para técnico em enfermagem, ao mesmo tempo surgiu a oportunidade de migrar para o Japão, por conta de ser descendente de japoneses, queria seguir os mesmo passos da minha irmã que foi para o Japão. Sem contar que tava no tempo de vim morar em Parintins para fazer uma experiência vocacional, em preparação para o seminário”. Com essas palavras, Irley revela que viveu momentos de dúvidas, sem saber qual caminho tomar.
Ele disse que o resultado da Susam chegou uma semana, antes, do comunicado de Dom Giuliano para o vocacionado vim morar com ele. Além do fato de estar com o passa porte em mãos, pronto para ir para a terra do Sol Nascente.
No primeiro ano de seminário, em Manaus, durante o período do Propedêutico as dúvidas bateram novamente. “Por que não fui para o Japão? Por que não fiz o técnico em enfermagem?”, diz.
Em Patos de Minas, onde foi estudar Filosofia e Teologia, a dúvida voltou, e somada ao fato de estar em outras terras. “Em Manaus eu tinha parentes, mas em Patos, não conhecia ninguém, deu vontade de vir embora”, conta.
A questão financeira também mexeu com a vocação de Irley. “Sempre trabalhei para ter minhas coisas, depois no seminário tinha que ligar pra minha família e ter que pedir dinheiro. Às vezes me faltava alguma coisa e tinha vergonha de pedir”, conta.
Todas essas coisas traziam os seguintes questionamentos: “Será que devo realmente ser padre? É isso que Deus quer de mim? Mas o que me segurava era as palavras de Jesus, a fidelidade dele para conosco, eu também lembrava dos missionários que deixaram tudo para se doar pelos outros”. 
Tempo de Graça 
Passada as dúvidas, e o passar do tempo deu a Irley a experiência e o reconhecimento de que estar na diocese de Patos de Minas foi um tempo de graça. Na cidade mineira ele conta que teve um conhecimento da realidade. “Acredito que ganhei muito com o fato de ter ido para Minas Gerais, a diocese de Patos é bem estruturada e tem um povo muito acolhedor, senti essa diferença em relação ao povo daqui. O povo amazonense é um pouco menos caloroso que o de lá”, assegura.
Segundo Irley, o povo católico daquela diocese tem um carinho e respeito muito grande pelos seminaristas e sacerdotes. As paróquias são bem estruturadas e, tanto físicas, quanto espiritual. Eles dão bastante valor aos sacramentos, os casamentos tem que ser reservados com antecedência, aqui na nossa região quase que o padre não realiza casamento. Crianças e adultos têm o costume de pedir a bênção aos seminaristas. São aspectos que Irley Koide vivenciou. “Fora da igreja, o povo mineiro dá muito valor para a educação, o trabalho – aproveita-se qualquer pedaço de terra, não é acomodado”, destaca o diácono que completa afirmando que deseja que o amazonense dê mais valor a seus padres e seminaristas. 
Gratidão 
O diácono Irley diz afirma que os padres diocesanos devem ser gratos aos padres do Pime. Missionários que muito fizeram pela diocese de Parintins. “Agora é a nossa vez, de dar valor a eles, nossa cultura, a nossa religiosidade”.
“Convivi e mantenho contato com Dom Giuliano e percebo que ele tem um grande carinho pela diocese. Ele se aflige pelos problemas que tem na diocese e a preocupação que ele tem com os projetos sociais da diocese, na educação como o Colégio do Carmo e demais escolas, o hospital Padre Colombo”, diz.
Dom Giuliano sempre o ajudou quando o desânimo vinha. “Ele me empurrava pra frente quando eu pensava em desistir”, destaca.
Irley conta que o pouco tempo que está em Nhamundá, mas sente-se muito alegre e grato de conhecer um povo que dá valor a vida cristã e a presença do padre.
Ao olhar para trás ele diz que tem um sentimento de gratidão muito grande pelas pessoas que o ajudaram em sua vocação. Mas de uma forma especial à missionária Ir. Hosana. “Ela foi uma pessoa que marcou muito minha vida, o carinho e a preocupação que ela tinha por mim”, conclui.
Fonte: Alvorada Parintins