Cadeira de ‘macarrão’, a queridinha dos amazonenses

Lembra daquela cadeira de macarrão que embalava tardes de prosa da vovó? Nas mãos habilidosas de artesãos, elas não permaneceram apenas hall de objetos “hits” de décadas passadas.

Ganharam novos trançados, acompanharam tendências, incorporando a decoração da casa e as cores do time do coração e, hoje, ainda figuram entre as queridinhas dos amazonenses.

Com 30 anos dedicados ao artesanato, Joilson Veras dos Santos mostra intimidade na hora de confeccionar qualquer tipo de cadeira em “macarrão” (plástico em formato roliço e oco, que se assemelha ao macarrão).

Seja de mola, embalo ou de ninho, o que importa, segundo o artesão, é o tipo de trançado, que deve ser resistente.

“A maioria das cadeiras que se vende por aí, o pessoal tece o macarrão muito aberto e a cadeira fica descartável, quebra logo. Eu procuro fazer um trançado mais resistente, sai mais caro, mas é para a vida inteira”.

Além de preocupar-se com a qualidade do material e a técnica adequada para aumentar o tempo de vida da cadeira, o artesão busca também dar um atendimento personalizado, com dicas aos clientes.

“Quando a pessoa chega, pergunto logo para quem é a cadeira. Se for para a sogra, para um parente ou só pra servir de enfeite, indico essas de tecido mais aberto, que são mais baratas. Mas se é para a própria mãe ou para esposa que está amamentando, o cliente vai querer uma coisa “melhorada”, então aconselho a levar as com trançado mais resistente”, brinca Joilson.

Ele revela que nunca foi “tão chegado” à técnica do macarrão, por considerar, a principio, uma arte simplória. “Eu achava muito chato, simples demais, do jeito que o macarrão era tecido, quebrava logo.

Durante 15 dias observando a técnica do “amigo”, Joilson aprendeu, inventou e aprimorou o trançado, partindo para trabalhar por conta própria e manter a família com o ofício.

“Essa não é uma profissão extinta. Não é só gente idosa que gosta de se embalar em cadeira de macarrão. A dona de casa gosta de tecidos com macarrão branquinho e os homens, das de times de futebol”, conclui.

Fonte: Em Tempo